CASA DO TROPEIRO- FLONA IPANEMA- ICMBio


O TROPEIRISMO NA REGIÃO DE SOROCABA

A história de Sorocaba registra em 1733 dois fatos marcantes que encerram o ciclo do bandeirantismo de mineração e o início do famoso ciclo econômico do tropeirismo, que durou por mais de 150 anos, com suas feiras de muares.

Esse ano marca a fundação de Vila Bela de Mato Grosso, pelos irmãos sorocabanos Artur e Fernão Paes de Barros, às margens do rio Guaporé, no ponto mais distante do litoral Atlântico, na vertente Amazônica.



ACAMPAMENTO TROPEIRO
A curiosidade histórica se dá nesse ano, quando passa pela ruas de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, a primeira tropa de muares, que procedendo dos pampas gaúchos, se destinava às Minas Gerais.

O Padre Castanho (Aluísio de Almeida) relata que a descoberta das Gerais coincide com a abertura ou maior frequência da estrada de Curitiba com Sorocaba'.

A CAMINHO DE SOROCABA-  Acervo Tropeiro Camponez
O aparecimento de ouro em grande quantidade num ponto mais próximo do Rio de Janeiro, facilitou a infinita presença de pessoas em busca do tão sonhado metal e ao mesmo tempo facilitou a fiscalização por parte das autoridades portuguesas na cobrança do quinto real.

Apesar das proximidades das Minas, com a capital da colônia, havia no caminho, duas enormes barreiras geográficas a serem vencidas - as serras do Mar e da Mantiqueira. Todas as pessoas procuravam ouro e com isso faltavam alimentos, que eram levados até as Minas em ombros de escravos africanos e, por mais forte e resistente que fosse esse ser humano, pouca mercadoria poderia transportar.





É nesse momento que surge a figura do muar, pequeno animal criado nas regiões sulinas e que tinha enorme resistência às estradas da época e poderia carregar maior volume de mercadoria. Na volta trazia cada vez mais ouro, que do Rio de Janeiro ia para Portugal.


Nos primeiros anos, os muares eram transportados em pequenos navios costeiros, do porto de Laguna ao Rio de Janeiro.
SOROCABA EM 1827- DEBRET



No início da década de 1730, surge a figura do comerciante português Cristovão Pereira de Abreu, que tomou a iniciativa de trazer por terra, enorme quantidade de muares, abrindo picadas, construindo pontes e atravessando matas, até achegar a Curitiba. Dai para Sorocaba, São Paulo e Rio de Janeiro e Minas Gerais os caminhos já estavam abertos.


Foi em 1733 que Cristovão Pereira de Abreu com seus companheiros, tangendo muares, cavalos e gado vacum, atravessou a pequena vila de Sorocaba e marcou em nossa história, as mudanças do hábito do sorocabano, de mineradores para comerciantes.


ENCONTRO DE TROPEIROS- SOROCABA

A passagem de tropas de muares xucras era uma constante e os tropeiros descobriram que após a longa viagem, onde em cada parada ou pouso, com o tempo nasceu uma cidade e para repouso dos animais e dos tropeiros encontram na região dos Campos Largos de Sorocaba, espaço para todas as tropas repousarem da canseira da viagem. Acharam na região grandes pastagens e aguadas.



Ponte do rio Sorocaba. Litogravura de d'Abreu Medeiros.
Foram nessas paradas que nasceram as feiras de muares de Sorocaba, que chamaram a atenção de Portugal, para a cobrança de impostos. Assim em 03 de setembro de 1750 foi criado Registro de animais sobre a ponte do rio Sorocaba.

Foi no período do tropeirismo que Sorocaba cresceu e apareceu. Cresceu na expansão da área urbana e apareceu no cenário nacional, com a presença de muita gente de fora que levavam para a região de origem as informações de Sorocaba.


TROPEIROS NOS CAMPOS GERAIS

As feiras praticamente acabaram em 1897 com a epidemia da febre amarela. Os muares continuam a transportar mercadorias nas regiões montanhosas.

No meu entender, o que determinou a redução do uso do muar foi o caminhão. Em nossa ajuda, o Estado de São Paulo, em 1929, registrou uma conversa de teimosos tropeiros em Sorocaba. O assunto principal era a 'crise da condução'. Um velho sexagenário dizia que tudo era 'obra do desgranhento caminhão'.


CARGUEIRO DE TROPA



O escritor que registrou a conversa saiu do rancho penalizado e concluiu 'que apesar da lamentável situação dos tropeiros, o progresso é necessário'.

A maior contribuição do tropeirismo foi a unificação dos estados do Sul ao Brasil, porque alguns deles poderiam se transformar em pequenas repúblicas.


Ao visitar algumas cidade do Paraná, vi o orgulho de seu povo ao cultuar a maravilhosa 'marca sorocabana', pois Sorocaba para todo sempre será a Capital do Tropeirismo. 



Por Adolfo Frioli- Pesquisador da Geo-Historia da região de Sorocaba- Agenda Cultural, Maio de 2009- Sorocaba/  SP





CASA DO TROPEIRO- FAZENDA IPANEMA- IPERÓ/ SP



Foto de Wilson Alves

O Tropeirismo, um dos mais importantes ciclos econômicos do país, também esteve presente ao nosso redor. Sorocaba, o principal centro tropeiro da região Sudeste, e um dos maiores do Brasil, abrigando a famosa Feira de Animais, tinha nos seus arredores as áreas conhecidas como Faxinais, onde os tropeiros reuniam-se e se estabeleciam para cuidar e preparar suas tropas. Iperó fazia parte deste faxinal, por estar, assim como outros, geograficamente localizado perto da rota tropeira rumo à Sorocaba;

Assim foi criada a Criada a Casa do Tropeiro na Fazenda Ipanema, Iperó/ SP; união de esforços entre a Floresta Nacional de Ipanema/ ICMBio, com Diretor da Unidade Instituto Chico Mendes da Biodiversidade em Iperó Sr. Alexandre Zanarini Cordeiro, FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) - Diretor Fábio de Salles Meirelles, SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)- Coordenador Geral de São Paulo  Sergio Perrone Ribeiro e Sindicato Rural de Boituva/ Sp- Diretor Mauro Sartorelli e o Sr. Edson Nogueira- Presidente da Associação dos Tropeiros de Iperó.

Hoje, a casa conta com grandes variedades de cursos, todos, direcionados para o desenvolvimento sustentável/ sustentabilidade, realizando a integração das comunidades locais e comunidades escolares de toda a região sorocabana, bem como da grande São Paulo, tendo como objetivo principal o fortalecimento das questões Históricas, Culturais e Sociais advindas do Tropeirismo que impulsionaram o desenvolvimento Econômico, Político e Social do Brasil, além da promoção de eventos Culturais voltados para o resgate e preservação da memória do tropeirismo, como a realização de cavalgadas e passeios históricos.

Cavalgada de Nossa Senhora Aparecida e dia das crianças

Os visitantes que diariamente frequentam a Casa do Tropeiro, são contemplados com uma rica e exuberante biodiversidade local, que além da integração cultural, aprendem novos conceitos sobre as questões da preservação ambiental, bem como o exercício da cidadania e os valores da Construção de Competências e Conhecimentos, através dos cursos oferecidos pela casa.

Para o ano de 2013, a Casa do Tropeiro reserva, como soma de esforços conjuntos entre o ICMBio/ FAESP  e SENAR, cursos de capacitação profissional com 600 h/a, denominado Menor Aprendiz Rural, assim qualificando as crianças e adolescentes das comunidades, sobre os afazeres e uso correto do meio em qual estão inseridos. 

COMITIVA DO SINDICATO RURAL DE SOROCABA, PRESIDENTE LUIS E O DIRETOR E HISTORIADOR SERGIO OLIVEIRA, EDSON NOGUEIRA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE TROPEIROS DE IPERÓ, CAIO GUITTI, TALES DA A.T.S.R. ASSOCIAÇÃO DE TROPEIROS DE SOROCABA, DIRETOR DA A.C.T.I.R. DE IPERÓ E O SECRETARIO EXECUTIVO DO CAMINHO PAULISTA DAS TROPAS ORAILSON PEREIRA DA SILVA TORTELLI, SÃO RECEBIDOS POR FABIO DE SALLES MEIRELLES PRESIDENTE DA FAESPhospedagem-  foto do Blog do Tropeiro

CURSO DE PROCESSAMENTO ARTESANAL DE FRUTAS E OLERICOLAS- foto da ACTTIR

CURSO DE PROCESSAMENTO ARTESANAL DE LEITE- foto da ACTTIR

CURSO DE BIOJOIAS E ARTESANATO EM SEMENTES- foto da ACTTIR



Alguns Cursos oferecidos pela Casa do Tropeiro: Curso de Processamento de Carne Suína,  Equideocultura rédeas, Processamento artesanal de pães, Doma Racional, Ferrageamento e Casqueamento, Biojoias, Processamento de frutas e olericolas, Processamento artesanal de leite, Artesanato em Taboa, Couro em lida, Programa Promovendo a Saúde no Campo/ acuidade visual, Programa Promovendo a Saúde no Campo/ Animais Peçonhentos Espécies Prevenção de Acidentes e Primeiros Socorros, entre outros. 





3 comentários:

  1. Belo trabalho Ronaldo ! Parabéns e Obrigada por ceder um espaço em seu blog que é de um conteúdo de excelência sobre nossa cultura e dos vínculos que temos com o passado, que nem é tão passado assim, pois está tão próximo desse nosso povo. Raízes profundas e singulares em nosso cotidiano.

    Magnifico Trabalho ! Sucesso !

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  2. Obrigado Ana, sempre que puder estarei implementando a página, abraços...

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  3. Senhores, boa noite!
    Primeiramente os parabelizo pelo maravilhoso e valioso material a qual postaram sobre o tropeirismo. Sou pesquisador e estou desenvolvendo um projeto sobre o Fandango de Chilenas dos Irmãos Lara de Capela do Alto. Há uma foto que marca a imagem da tropa a caminho de sorocaba. Como seria possível eu ter acesso a ela em alta. Ao utiliza-la, me comprometo em fazer todas as citações da fontes....Caso tenham telefone ou email, posso justificar melhor as minhas pretenções... Meu fone é 11-24680909 e meu email: eraldo.miranda@hotmail.com... Cordial Abraço e Luz..Eraldo MIranda

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